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Começa os ensaios, de como Lísias, que fora chamado por Sócrates, procederia, no dia do seu julgamento. Sócrates escuta o que Lísias diria aos seus juízes e acaba questionando-o: -“Que tipo de bem, pensa em levar aos juízes?” - É a você que eu quero o bem e não aos seus juízes, diz Lísias. - Você estaria pronto a fazer-lhes mal para me favorecer?pergunta Sócrates.Ao que o outro diz:certamente. - E como poderia fazer o bem a mim fazendo o mal a eles? Sem dúvida, pensa que o maior bem é a vida. - Sim, responde Lísias. - Mas a vida na mentira ou a vida na Verdade? A vida na Verdade, responde o orador. Mas respondendo às mentiras de meus acusadores, com outras mentiras, persuadindo-os com o que querem ouvir, a vida que me adviria de sua eloqüência, não ficaria embaçada por sua astúcia? Não, Lísias. A vida só merece ser conservada na alegria e a única alegria do homem é a procura da Verdade sem desvios. A vida vale na esperança, de um dia,encontrar a Verdade. E a Verdade, como as estrelas é muito difícil de atingir e não é preciso se aproximar para vê-la. - Quer então que o condenem? Diz Lísias. - Se a democracia quer a minha morte, deve ter suas razões. Eu lhes direi a verdade a meu modo e vamos ver se me entenderão. Em minha idade, eu não aceito belos discursos. Vou me defender sozinho.
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